12 de jan. de 2008

Homenagem à chuva

Hoje tomei banho de chuva. Há quanto tempo isso não acontecia. Tempo de libertação. De frio na barriga. Excitação ao sentir cada gota caindo em meu corpo e fazendo disso uma brincadeira. Entrei na dança e não fugi. Nem hesitei em correr. Mantive cada passo. Lento. No ritmo das gotas que ainda não eram muitas, mas já me enchiam de felicidade.

O vento veio. Abri os braços como se estivesse em um show e gostasse muita daquela música. E gosto. Para mim era música. Era dança. Era brincadeira de criança. Era som de molecagem.

O vento veio e bagunçou meu cabelo. Tirei os grampos. Soltei toda a amarra que podia ter, em uma vida que insiste em ser corrida. Ri daquilo. O vento ventava e levantava. Ele corria e mexia com todo mundo. Aceitei a brincadeira. Me vi menina. Numa meninice de dar gosto. De euforia. A mesmo euforia e gritos de banhos de chuva. (Sabe?) Aqueles de quando a gente era criança e sabia que era. Que não tinha muito medo. Que tinha gosto pela gargalhada.
Que sentia o cheiro da chuva de longe. E que fazia questão de molhar os pés na poça.

Era chuva sem raio e sem trovão.
Dessa vez eles não amedrontavam. Nada amendrontava.
O único perigo era não ir encontrar com a chuva. A vontade era de abraçá-la. Carinho em coisa amada. De algo que a gente sente saudade. Hoje eu abracei a chuva.

2 comentários:

Cidadão Cão disse...

Qual Marielisa que é você?

Cidadão Cão disse...

Ai! Manda foto pro meu e-mail. Ou orkut. Beijentão.