25 de jun. de 2008

(...) para você em confidência

Se eu fosse escolher o que queria ao certo para minha vida, não chegaria a nenhuma conclusão. Sendo assim, pontuo o que em você,me faz sentir assim, tão...

Primeiro, que nunca achei que nos encontraríamos dessa forma; segundo, que me sinto imensamente feliz por essa surpresa. O jeito que acordo e penso o dia. Tudo novo de novo. A risada que dou das nossas conversas descabidas e descabeladas.

Esquentar um simples pão com você, ganhou outro sentido.
Não não, isso não é uma declaração.
É somente a forma que consegui externalizar e dizer para eu mesma entender o quão a vida é feita de coisas simples e valiosas.

Insisto em não ver passado e nem tentar adivinhar o futuro.Confesso que às vezes me escapole tal lucidez. Mas quando me pego no presente,olhando e sentindo você por perto, repito para que os corredores da minh’alma ecoem:já valeu a pena!

E que assim, sem muitas firulas, a gente continue sendo a gente. Fazendo de 'nós', dois

inverno/de um ano/bom

Caminhada

Sempre quis escrever sobre minha caminhada.
Eis que o faço agora.
Cerca de seis quarteirões são atravessados por mim, até o meu destino.
Em 365 dias vi nitidamente as quatro estações, vi sombra,
sol queimando, chuva que fez escorregar.
Vi também construções. Muitas.
Vi muro baixo, azul fogão, casinha linda, com criança brincando.
Vi esse mesmo muro subir. Ficar cinza. Sem criança.
O pé de romã não tinha mais fruta.
Vi passarinho. Vivo e morto.
Hoje vejo pipas ganhando o céu, e jovens ganhando as ruas.
Correm, sobem nos telhados, nunca olham o horizonte, só para cima.
Meninos correndo atrás dos que caem, são apressados.
Nada mais divertido...e perigoso.
Os ventos são esses agora.
Não os mesmos que ventavam sobre mim há 12 meses.
São outros, como aquela história do rio.
Espero rever muros baixos, jardins floridos, crianças conhecendo e desbravando as ruas,
numa inocência que erradia e faz de nós, meros chatos adultos,
que precisamos (re)descobrir delícias.

?

É... não sei de onde tirei tanta imaginação. Acabei me podando por pensar demais.

Por hora não me reconheço, em meio a racionalidade que insiste em rodear qualquer possibilidade de entrega. E haja desculpas. Em uma tentativa de resoluções, ligo o som, procuro um cd adequado, mudo as estações do rádio, leio o dicionário, e isso tudo até parece ajudar. Mas é medicação paliativa.

Me vejo sendo algo que não me interessa nem um pouco ser. Tento sem titubear entender as razões, a origem de tais atitudes. (In)felizmente a resposta está num futuro breve, que será consumado logo quando o encontro existir; as palavras ganharem o ar próximo aos ouvidos certos; o nervosismo não se refletir em replicante reação desfavorável; as vontades se ajustarem nos desajustados toques e saídas nada triunfantes.

Como entender o outro? Como saber que o que o outro fala é simplesmente x e não z, como insisto em entender. Acabei dando ouvidos demais às racionalidades de uma tal maturidade (ou sei lá o quê), que acredita que nada é o que parece. E convictos disso, disseminam a idéia descabida, e nós, amantes por osmose, caímos como patos na desilusão. Essa que nós mesmo, ou no caso, eu, criei.

Algo precisa dar certo. Talvez deva entender que são testes. Mas o fato é que não estou querendo mais ser testada. Cadê a espontaneidade dos amores? A hora certa dos encontros? Os desajustes normais da vida, que é breve e não há tanto tempo para erros certeiros.

Penso, despenso, penso mais uma vez em fazer o que devia ter feito na primeira vez que te vi e meu arrepio era só um sinal que eu mesma não percebi.