Ali estão os dois passarinhos. Em frente a minha janela, apoiados em um fio do poste, como não poderia deixar de ser. Não param de se beijar. Um bica o outro como se não houvesse amanhã. Ela vira a cara para um lado tentando ver uma outra paisagem. Ele faz o mesmo e vira-se para o lado oposto. Ambos vêem outros quadros. Voltam e se beijam por "horas". Nunca dois passarinhos, um casal, ficaram tanto tempo juntos em um fio. Se bicam carinhosamente, roçam o pescoço um no outro. Se distanciam e se aproximam de novo. Um caga. Mas isso é insignificante nessa relação. E por mais um tempo infindável ficam parados olhando o vento passar sobre eles. Sem conversar, beijar, roçar. Se bicam mais uma vez e um voa. Não sei se ele ou ela. Depois voa o segundo. Viveram um grande amor. Aqui debaixo dos meus olhos.
Retrato de quem? Retrato meu(!)(?) Retrato seu(?)(!)Retrato daquilo ou daquilo outro. Forma de olhar. Não formar um olhar. Retrato em forma de imagens ou palavras.
27 de out. de 2011
6 de out. de 2011
Manual de etiqueta no cinema ou "Boas maneiras para o bem coletivo no cinema:
Dica 1: Comer pipoca e afins é uma delícia...em casa (ou no multiplex em uma animação, até vai...). Muito incômodo ouvir mastigação alheia, latinha de refrigerante e todo o seu processo durante o filme.
Dica 2: Já não ficou claro que TODOS os celulares tem a função 'silencioso' e ela é para ser ativada durante a sessão de cinema, teatro etc? Pelo amor do pai! Atender telefone no meio do filme e dizer baixinho como se ninguém estivesse percebendo, não dá! "Não, posso falar sim. Diz!". Médicos e urgências são outro assunto. Mas acho que 1% de uma sala seja indispensável.
Dica 3: Conversar durante o filme. Péssimo! Um comentário aqui outro acolá não faz tão mal, mas de vez em NUNCA, né?! E quando em uma cena mais tensa, onde todos nós, no nosso âmago imaginamos que algo poderá acontecer nos próximos segundos (e isso diz respeito somente a nós mesmos e à nossa expectativa), externalizá-la com um “ixi”, “nó”, “iii” ou qualquer suspiro do tipo, é chato. Inconveniente!
Dica 4: Quase uma repetição da dica 1, mas vale-se pelo diferencial do barulho. Abrir pacotinho de bala, barrinha de cereal, chicletes, bombom. Pra quê? O bafo de fome naquele momento não vai incomodar mais que o tal barulho. Curar nervosismo de outros jeitos (ou fome) em outros momentos não é uma sugestão descabida. Não se morre por esperar algumas horinhas para se deliciar com alguma guloseima.
Dica 5: Beijar. Não foi não é e nunca será ruim. Mas se agarrar na sala do cinema freneticamente...humm...bola fora também, né? Demonstrações de carinhos são bem vindas e apreciáveis. Excessos são dispensáveis NESTE momento. Seja qual for o gênero do filme.
Essa partilha de opiniões é mais que um discurso de achismos. Ter bom senso é muito bem vindo e é muito ruim achar chato viver em coletivo, porque esse coletivo vive um individualismo sem tamanho. Atitudes como essa que já vi/ouvi (e tem mais casos aterrorizantes na lista) e imagino que muitos tenham passado algo parecido, me fazem ter desânimo de ir ao cinema, que é uma das coisas mais legais que existe.
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