25 de jun. de 2008

Caminhada

Sempre quis escrever sobre minha caminhada.
Eis que o faço agora.
Cerca de seis quarteirões são atravessados por mim, até o meu destino.
Em 365 dias vi nitidamente as quatro estações, vi sombra,
sol queimando, chuva que fez escorregar.
Vi também construções. Muitas.
Vi muro baixo, azul fogão, casinha linda, com criança brincando.
Vi esse mesmo muro subir. Ficar cinza. Sem criança.
O pé de romã não tinha mais fruta.
Vi passarinho. Vivo e morto.
Hoje vejo pipas ganhando o céu, e jovens ganhando as ruas.
Correm, sobem nos telhados, nunca olham o horizonte, só para cima.
Meninos correndo atrás dos que caem, são apressados.
Nada mais divertido...e perigoso.
Os ventos são esses agora.
Não os mesmos que ventavam sobre mim há 12 meses.
São outros, como aquela história do rio.
Espero rever muros baixos, jardins floridos, crianças conhecendo e desbravando as ruas,
numa inocência que erradia e faz de nós, meros chatos adultos,
que precisamos (re)descobrir delícias.

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