20 de jan. de 2012

Um grito, um ai...e um arrepio n'alma

Eu escrevia de lá para cá. Agora daqui, escrevo também. Não só para as pessoas que deixei lá, mas as de aqui também. E para esse baú de memória ambulante que tento ser.

Mas o caso não é sobre nenhuma manifestação que entrei, uma história no metrô, uma gafe no supermercado. Fui mais pra lá. Mais para cá na verdade. Não sou bairrista, tampouco tornei-me uma agora. Fato é, que com minha mudança geográfica para outro país, percebi o quão mineira sou. E gosto mesmo de sê-la.

Acho ainda que estou cada vez mais mineira. Notei isso ainda em Buenos Aires, nos "apetrechos" que guardo em casa como uma garrafa de cachaça para as visitas, um pedaço de goiabada-cascão e um queijo-minas e até o cigarro de palha guardado na estante. Um olho aberto outro fechado, uma amorosidade e um amor por conversar em qualquer fila, um jeito desconfiado não medroso, uma casa cheia de amigos e uma mesa recheada de quitutes. Sou filha de uma paraibana e um paulista que se encontraram na Belo Horizonte e por aqui fizeram morada, laços e três filhos mineiros. Amém por ser fruto disso. E disso tudo sai uma alegria de ver da janela de casa a Serra do Curral, entender o que é comer queijo com doce-leite (sim, nós temos!), abacaxi no palito, ficar alegre igual criança de entender um outro mineiro falando, saber o que é Ponta de Areia e o significado infindável do que pode ser um 'trem'.

Não, não sou bairrista. Talvez essa tenha sido uma ode ao Ser Mineiro. Ainda mais porque amanheci com a inspirada senhora minha mãe que me presenteou sonoramente logo de manhã com a voz Beto, do Milton, do Tadeu...me cantando toda essa mineiridade.



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